sexta-feira, 17 de abril de 2009

fora de tempo



Graham Coxon "The Spinning Top"

Depois de seis álbuns gravados a solo, com a electricidade sempre presente nas guitarras ligadas aos pedais com ruído de bom gosto, eis que Graham Coxon surpreende. E logo a partir da faixa de abertura deste novo álbum. "Look Into The Light" tem aquele dedilhado acústico muito próprio de Nick Drake. E soa bem. Muito bem mesmo. Depois entra uma steel-guitar. Mais à frente uma guitarra eléctrica à la Coxon. E soa cada vez melhor. Nas 14 faixas seguintes ouvimos mais guitarra acústica mas eléctrica também. Violinos e um contrabaixo. Um coro feminino e por vezes misto. E sopros. E baterias meio jazz, meio bossa nova mas sempre pop.
Como sempre, a capa e todo o artwork foi criado pelo próprio. E, do princípio ao fim deste disco, é contada uma história dum homem desde que nasce até que morre. Um álbum conceptual na era do mp3? Sim. Porque este é um álbum fora de tempo, fora de estação. Porém intemporal como aquele que juntou Beth Gibbons (dos Portishead) a Rustin' Man (ex-Talk Talk) em 2002, chamado precisamente "Out Of Season".
Mas afinal esta nova sonoridade do guitarrista dos Blur não é totalmente surpreendente... Já este ano ouvimos estas paisagens mais acústicas por ele desenhadas no álbum de Pete Doherty (ex-Libertines) "Grace/Wastelands", embora este "The Spinning Top" tenha sido gravado antes... Numa altura em que se fala da reunião dos Blur, anunciada há meses, fica a água na boca para o próximo registo deles... Coxon acústico & Albarn do mundo? Cá estaremos para ouvir.

2 pops:

Ramon

Coxon rules...

André Lopes Gonçalves

Um guitarrista subvalorizado pela crítica e pela generalidade do público mas muito apreciado inter pares (como Jonny Greenwood dos Radiohead e Noel Gallagher dos Oasis). E por mim, claro.

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